Design organizacional: os benefícios de rever a estrutura da sua empresa
Design organizacional é o conceito usado para redesenhar as relações entre áreas de uma organização. Modelo requer adaptação da liderança.
Empresas dos mais variados tamanhos e setores estão passando por transformações que foram acentuadas pela pandemia — principalmente quando o assunto é gestão, organização e eficiência.
É neste cenário que o design organizacional se destaca.
A metodologia é usada por organizações que buscam redesenhar ou adaptar sua estrutura em busca da melhoria e otimização de processos.
NESTE ARTIGO
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O que é Design Organizacional?
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Pandemia acelerou necessidade de rever o design organizacional
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Benefícios do design organizacional
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Alinha o modelo de negócio ao seu objetivo
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Quebra barreiras entre departamentos e permite a adaptabilidade
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Agiliza o tempo de resposta e a tomada de decisão
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Oferece soluções efetivas para resolver os problemas
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Como estruturar equipes de trabalho com a gestão do design organizacional?
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Conclusão
O que é Design Organizacional?
Design Organizacional significa (re)definir e (re)organizar as relações e as responsabilidades entre áreas de uma empresa, a fim de alcançar maior celeridade na comunicação e na busca pelos objetivos da organização.
“Buscamos, com essa adaptação da estrutura, trazer mais fluidez na tomada de decisão, clareza das responsabilidades e limites de autoridade de cada integrante da organização, assim como as expectativas sobre eles. Deixar explícito o que antes estava implícito, inclusive para as regras dessa organização e como elas são definidas”, explica Kellie Crosara, consultora de design organizacional.
Segundo ela, o processo acontece de forma contínua.
“Podemos começar com pequenos experimentos dentro da organização, em um time ou área, ou nela inteira, dependendo do contexto.
O design organizacional permite a constante experimentação e adaptação das intervenções propostas, como protótipos, para que possamos avaliar, responder e adaptar tempestivamente a estrutura, permitindo maior responsividade na tomada de decisões”, ressalta.
Pandemia acelerou necessidade de rever o design organizacional
Um estudo realizado pela consultoria Gartner com mais de 800 líderes de RH procurou entender as principais tendências para 2021.
Nele, 46% destacam a necessidade de repensar o design organizacional e mudar a gestão.
Segundo a consultoria, o design organizacional é a chave para impulsionar muitos objetivos de negócios da empresa, incluindo otimização de custos.
O levantamento indica que muitas organizações se deram conta, durante a pandemia, que tinham estruturas rígidas, fluxos de trabalho, funções e redes que não atendem às necessidades de hoje e que não são compatíveis com a mudança rápida que estamos vivendo.
O design organizacional vem justamente de encontro a isso, fazendo com que as empresas pensem fora da caixa, sejam mais flexíveis e estejam mais próximas dos seus objetivos, mesmo em um período de incertezas.
“O design organizacional traz luz para essas questões e nos convida a experimentar novas formas de trabalho, que sejam mais humanas, integrais e saudáveis”, explica Kellie.
Segundo Kellie, a pandemia causada pelo Covid-19 acelerou a necessidade das organizações de reverem e questionarem seus paradigmas, como a estrutura piramidal hierárquica, e toda a burocracia e ineficiência decorrente desse modelo de comando e controle, assim como suas relações de poder.
“Percebi uma movimentação no sentido e busca por alternativas”, ressalta.
Benefícios do design organizacional
Para falar sobre os benefícios da metodologia é importante, primeiro, trazer algumas questões que podem ser endereçadas com o design organizacional.
A demora na tomada de decisões é uma delas.
“Além disso, essas decisões são tomadas, muitas vezes, por líderes que estão fora do contexto no qual a oportunidade ou o problema surgiram”, explica Kellie.
Outro ponto comum nas estruturas organizacionais, e que pode ser resolvido com o design organizacional, é a existência de uma área nebulosa em relação às expectativas e responsabilidades de cada colaborador.
A metodologia ainda expõe lideranças implícitas — ou seja, nos casos em que o organograma da empresa apresenta um desenho mas, na prática, isso não acontece.
Dessa forma, o design organizacional traz diversos benefícios:
Alinha o modelo de negócio aos seus objetivos
Permite que a gestão como um todo trabalhe em prol do objetivo estabelecido.
Isso porque, dá clareza de cada papel, com a responsabilidade, autoridade e limites bem estabelecidos.
Isso permite que os colaboradores trabalhem com objetivos definidos e mais autonomia para decidir e atuar de acordo com o que está descrito.
Quebra barreiras entre áreas e viabiliza a adaptabilidade
Estruturas podem ser alteradas e adaptadas sempre que necessário, atendendo à demanda das equipes ou organização.
Isso gera mais interação entre áreas e colaboradores e permite o trabalho colaborativo, tão importante hoje em dia.
Segundo Kellie, a proposta do design organizacional é ter uma estrutura simples o suficiente para permitir sua constante evolução e, adicionalmente, que essa evolução seja feita pelos próprios colaboradores, em conjunto.
Agiliza o tempo de resposta e da tomada de decisão
Transparência dos acordos e regras vigentes.
O design organizacional traz visibilidade ao time, que consegue entender as expectativas relacionadas aos papéis, a estrutura atual e de como evoluir neste sistema.
“Auxilia a tomada de decisão tanto das pessoas que hoje assumem papéis de liderança, quanto dos demais colaboradores. É um ganho de agilidade e responsividade das equipes”, ressalta Kellie.
Oferece soluções efetivas para resolver os problemas
Agilidade e organização do tempo. Com papéis bem definidos, transparência, menos barreiras e comunicação facilitada, os times podem trabalhar e realizar suas tarefas mais rapidamente, com foco nos objetivos estabelecidos e mais assertividade nas soluções.
Como estruturar equipes de trabalho com a gestão do design organizacional?
Não existe uma fórmula pronta para adotar o design organizacional.
Kellie explica que o caminho varia de acordo com o contexto da organização e o que ela busca com a nova estrutura.
“Começar mapeando as tensões existentes na organização pode ser um bom caminho, e esse mapeamento pode ser feito por meio de entrevistas com os colaboradores e observação dos rituais já existentes ali”, destaca.
Depois disso, é importante começar com experimentos, avaliar os resultados e, se preciso, se adaptar e propor melhorias.
Estruturar equipes de trabalho e definir os papéis de cada um também é fundamental.
“Quando as pessoas assumem os papéis dizemos que elas energizam esses papéis. É possível que uma pessoa energize mais de um papel, assim como é possível um papel ser energizado por duas ou mais pessoas”, explica Kellie.
Em seguida, é importante realizar reuniões de equipe de forma estruturada e aliada a outros conceitos.
Kellie cita a Organização Orgânica (O2). A tecnologia social propõe a substituição da tradicional hierarquia, ilustrada em pirâmide, por círculos.
Nesses círculos, os times trabalham e se organizam em torno de um mesmo propósito, agrupando papéis e responsabilidades de forma descentralizada.
Conclusão
Fica claro que o design organizacional é uma forma de ajustar estruturas para garantir que os objetivos das organizações sejam alcançados.
Em tempos de tantas mudanças como as que estamos vivendo, isso é crucial para obter resultados sustentáveis e manter a competitividade.
Como consequência, a empresa consegue inovar mais, aumentar a produtividade, a satisfação no trabalho e ter agilidade na resolução de problemas.
Mas é importante ter em mente que para desenhar uma estrutura organizacional que, realmente traga esses resultados, é essencial que haja uma mudança de mentalidade dos líderes e dos colaboradores.
As pessoas precisam entender que esse é o caminho para garantir a longevidade e o potencial de crescimento do negócio no mercado.
Sobre o autor:
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