Gestão Organizacional: o que é, modelos e ferramentas de análise.
Processo ajuda no planejamento, na organização e na mensuração de processos para atingir bons resultados.
A gestão organizacional é um conjunto de processos, ações e interações que viabilizam o planejamento, o alinhamento entre as pessoas e áreas de uma organização e a mensuração sistemática dos resultados para que a empresa alcance seus objetivos e crie vantagem competitiva.
Uma boa gestão organizacional é fundamental para empresas que desejam se manter competitivas no mercado e ter resultados sustentáveis, com uma boa gestão dos processos organizacionais.
Isso porque, inclui o planejamento, a organização e a mensuração de processos para atingir bons resultados.
“Significa estabelecer uma ordem para chegar até os objetivos. Muitas vezes, isso exige parar um momento, analisar a empresa em todos os seus aspectos e tomar novas medidas para seguir”, explica Luciana Lima, professora do Insper nas disciplinas de estratégia de negócios, pessoas e liderança.
NESTE ARTIGO
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Modelos de gestão organizacional
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Principais metodologias e ferramentas de análise organizacional
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Matriz de Porter
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Balanced Scorecard
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Matriz BCG
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O que muda com a pandemia?
Modelos de Gestão Organizacional
Há diferentes tipos de gestão organizacional: por resultados, democrática, por processos e centralizado. E cada uma tem suas particularidades.
Gestão por Resultados
Na gestão por resultados, por exemplo, os passos são definidos e priorizados com base nos resultados e metas estabelecidas.
Gestão Organizacional
Já no tipo de gestão organizacional, que é a democrática, é proposto um relacionamento mais próximo e o envolvimento dos colaboradores nas decisões estratégicas.
Gestão por Processos
Por outro lado, a gestão por processos é feita com foco no controle e melhoria de processos organizacionais.
Gestão Centralizada
Por fim, o tipo de gestão organizacional centralizada concentra a tomada de decisões no topo hierárquico da empresa.
Não existe certo ou errado. A escolha do modelo de gestão organizacional mais adequado depende das características da empresa e de seus objetivos, além do momento em que está vivendo, como explica Luciana.
“A pandemia acelerou a transformação digital e, com o grande volume de processos e aprovações, a hierarquia foi perdendo espaço em muitos negócios”, diz.
Segundo ela, por outro lado, existem organizações com aspectos mais tradicionais, em que o comando e controle ainda impera.
“O modelo de gestão organizacional depende muito do desenho da estratégia e da cultura da empresa. Não existe apenas um modelo ideal. Existe aquele que é possível e desejado pensando em uma evolução da atual situação e em cenários futuros, e de acordo com os objetivos organizacionais”.
Principais Metodologias e Ferramentas de Análise Organizacional
A análise organizacional é uma prática importante no processo de gestão de qualquer empresa.
Por meio dela, é possível identificar possíveis problemas e fatores que influenciam os resultados da organização.
Quando falamos nas etapas do processo de análise organizacional, a pergunta que se faz é: analisar o quê?
É isso que determina a escolha do método e da ferramenta. Se for uma análise estratégica do negócio, a Matriz de Porter pode ser uma boa opção.
Por outro lado, se a análise organizacional é voltada para cultura, entra em cena o famoso walk the talk, ou seja, o alinhamento estre o discurso, valores, missões e as práticas e comportamentos percebidos em um ambiente.
Já as análises de processos podem ser feitas por metodologias que envolvem, até mesmo, tecnologias como inteligência artificial”, explica Luciana.
Conheça algumas metodologias e ferramentas de análise e gestão organizacional:
Ciclo PDCA
O PDCA é um dos métodos mais populares na análise organizacional e melhoria de processos. As siglas fazem referência a quatro etapas: Plan (Planejar), Do (Executar), Check (Checar) e Act (Agir).
Por trabalhar com ciclos, o PDCA permite que as organizações aprendam com experiências anteriores e aprimorem seus processos, evitando desperdícios, diminuindo falhas e aumentando a produtividade.
Matriz de Porter
O modelo, criado por Michael Porter, professor da Harvard Business School, tem como foco a análise da gestão organizacional e competitividade da empresa no mercado em que está inserida.
Para isso, leva em consideração cinco aspectos ou “forças”: concorrentes, fornecedores, compradores (clientes), novos entrantes e potenciais substitutos.
Ou seja, relaciona a empresa ao seu meio e mostra como esses fatores influenciam o sucesso do negócio.
Balanced Scorecard
A metodologia, que pode ser traduzida como Indicadores Balanceados de Desempenho, propõe o acompanhamento e progresso da companhia com base em resultados e metas a longo prazo.
O objetivo dessa ferramenta de análise organizacional é fugir do uso tradicional de indicadores que se restringem apenas aos aspectos financeiros e de faturamento.
O BSC parte de uma visão e análise integrada em quatro perspectivas: financeira, processos internos, perspectiva dos clientes e de aprendizado.
Matriz BCG
Essa ferramenta de análise organizacional é usada para verificar o desempenho de um produto ou serviço oferecido por uma empresa.
A Matriz BCG é composta por dois eixos: crescimento do mercado e participação relativa. O primeiro representa o quanto o mercado cresce e tem espaço para os produtos ou serviços.
Já a participação relativa é o quanto a empresa tem relevância neste mercado. A partir disso, os produtos são distribuídos em quatro quadrantes que avaliam a participação e o crescimento do mercado em alto ou baixo.
Eles são chamados de estrela, ponto de interrogação, vaca leiteira e abacaxi. Dessa forma, é possível ter uma visão completa e direcionar os gastos, tempo e energia de maneira eficaz.
Assim como na gestão organizacional, a análise ideal depende da estratégia da empresa.
“Ela é desenhada a partir do propósito e dos objetivos que a organização quer atingir com aquilo. Mas, de uma forma geral, qualquer análise que envolva avaliação sempre vai passar pela etapa de diagnóstico, de construção e validação de hipóteses, proposição de solução, aplicação e avaliação do que foi implementado”, diz Luciana.
O que muda com a pandemia?
A pandemia trouxe dois principais impactos na gestão organizacional. O primeiro é em relação ao processo de digitalização das empresas.
“Vemos organizações que nunca pensaram em ter trabalho remoto decidindo manter esse modelo pelo menos parcialmente, mesmo depois da pandemia.
Isso aconteceu, pois elas perceberam que a produtividade não depende do trabalho presencial. Foi uma quebra de paradigma”, ressalta.
Todo o processo de comunicação, gestão do desempenho e manutenção da própria cultura e rotina foi afetado, surgindo, segundo ela, um novo ponto de partida.
Além disso, a pandemia trouxe impactos na relação e no papel do gestor com sua equipe.
“Se, até então, era um papel de controle, isso foi por água abaixo”, diz Luciana.
Neste novo cenário, o gestor passa a ter uma função mais importante: desenvolver o time, aprimorar skills e competências de relacionamento.
“Uma das coisas mais desafiadoras foi continuar junto e ter o que chamamos de senso de time. Essa é uma das grandes responsabilidades do gestor. Isso ajuda a manter todos na mesma linha, na direção certa”, ressalta.
A gestão organizacional, portanto, passa a ser ainda mais fundamental para o negócio.
“Os profissionais precisam continuar com uma boa performance, mesmo com esse cenário incerto. O papel da gestão é dar suporte, passar segurança e manter o vínculo de confiança com essas pessoas. A pandemia ainda não acabou e temos muitos desafios pela frente”.
A processo de análise organizacional estratégica é importante para identificar possíveis desafios relacionados à estrutura organizacional e estratégia de pessoas, alinhamento entre áreas para concentrarem esforços em atividades que impactem positivamente os resultados e, sobretudo, para estabelecer dinâmicas de monitoramento e melhorias constantes em processos, sem esquecer, claro, do foco total nas dores dos clientes e no contexto mercadológico em que a organização está inserida.
A escolha do modelo ideal depende de fatores como tipo de gestão, perfil dos funcionários e momento da empresa, além de qual o objetivo da análise.
Mas uma coisa é certa: apostar na análise da gestão organizacional é uma escolha inteligente para manter a competitividade da empresa e crescer.
Sobre o autor:
A Woke é uma startup que faz uso da tecnologia e dados para estar em todo ciclo de carreira do executivo e atua diariamente para mudar a relação de trabalho entre as pessoas e as empresas!
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