Liderança 4.0: o estilo de gestão do futuro
Não é de hoje que falamos sobre a importância de um novo perfil de liderança – a tão conhecida liderança 4.0, que além de estar conectada com a estratégia do negócio, trabalhe para entender as necessidades e demandas do funcionário, e atue de forma colaborativa.
Com a pandemia do COVID-19 isso se intensificou e mais empresas passaram a olhar com atenção para o estilo de gestão de suas lideranças.
Ganha força o líder 4.0, gestor com amplo conhecimento técnico e foco nos resultados, mas que possui competências comportamentais para trazer sinergia entre os principais pilares da empresa: pessoas, processos e tecnologias.
Impulsionado principalmente pela chamada Quarta Revolução Industrial, marcada pela convergência de tecnologias digitais, físicas e biológicas, esses líderes precisam saber lidar com a transformação digital.
Além disso, com conceitos como inteligência artificial e automação, ao mesmo tempo em que orientam colaboradores a desenvolver suas capacidades individuais e coletivas, bem como garantir a motivação e a geração de novas ideias, e um ambiente saudável.
O movimento é reflexo do cenário atual, no qual vemos uma força de trabalho geograficamente mais dispersa, com pessoas de diferentes países e empresas colaborando; gerações de diversas épocas dividindo o ambiente corporativo, e empresas mais matriciais, com autoridade e responsabilidade descentralizadas.
Diante disso, os líderes precisam ter uma capacidade de renovação cada vez mais rápida e saber trabalhar de forma colaborativa e em rede.
NESTE ARTIGO:
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As diferenças do líder 4.0 dos demais gestores
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Gestão de pessoas com base na liderança 4.0
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As principais características do líder 4.0
As diferenças do líder 4.0 dos demais gestores
Segundo a especialista em RH Alessandra Freitas, professora dos cursos de gestão e negócios da Universidade São Judas Tadeu, o líder 4.0 tem o desafio de lidar com uma rotina muito mais corrida, no conhecido mundo VUCA, sigla que descreve volatilidade, incerteza, complexidade e ambiguidade, com jornadas de trabalho diferenciadas, busca por produtividade e integração entre vida pessoal e profissional.
“Antes os focos eram produtividade, entrega e competitividade. Hoje, é preciso olhar também para as pessoas”, diz.
Isso quer dizer que sai de cena a liderança de comando e controle, na qual era o líder que ditava as regras e as pessoas esperavam que ele falasse o que fazer, e entra a gestão por confiança, que engloba autonomia e delegação de tarefas.
“Em um ambiente de desconfiança, por exemplo, em que o líder precisa checar a todo instante o que a equipe está fazendo, perde-se o foco dessa gestão 4.0.”, explica.
Para entender melhor a liderança 4.0, é importante pensar nas três etapas anteriores:
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Líder 1.0: o líder pós-revolução industrial, cujo objetivo era maximizar os sistemas de produção, conseguindo mais e melhor;
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Líder 2.0: líder focado na qualidade e desempenho da organização e da sua oferta;
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Líder 3.0: como reflexo da era da informática, o objetivo foi direcionado para a criação de modalidades de negócio que despontaram com as novas tecnologias.
“O líder 4.0 está preparado para lidar com a agilidade de informações e todas as divergências do mundo, mas sem perder o foco na empresa e nas pessoas”, diz Alessandra.
Segundo ela, esse gestor deve estar atento aos sinais que recebe dos funcionários e saber lidar com cada um individualmente.
Isso porque, temos hoje quatro gerações – com expectativas de vida características diferentes – atuando num mesmo ambiente. “Lidar com essa diversidade é inerente à atuação do líder 4.0”, completa.
Leia também:
Gestão de pessoas na base na liderança 4.0
A humanização das relações é, inclusive, um pilar muito importante da liderança 4.0. Esse líder precisa construir bons relacionamentos com seus liderados, baseados na cultura organizacional, estrutura de trabalho e valores da empresa.
Não à toa, uma pesquisa realizada pela Talenses Group em parceria com a Fundação Dom Cabral, mostra que a gestão de pessoas é prioridade este ano.
Para 61% dos entrevistados, o conhecimento nessa área é o mais necessário em 2021. Essa resposta foi unânime entre todas as faixas etárias, dos baby boomers a geração Z.
No que se refere às características mais importantes para isso, as respostas variaram. As gerações baby boomer, X e Z destacam a resiliência, enquanto a Y a boa comunicação. Trabalho em equipe, senso crítico e disposição para aprender também aparecem nas respostas.
A pesquisa mostra, ainda, a importância da boa comunicação para a gestão, que foi a característica mais citada como importante para um líder em 2021: 37% dizem que motivar a equipe em tempos de incerteza é o maior desafio, e 36,6% afirmam que é aumentar a produtividade com orçamento ainda reduzido.
De acordo com informações da Talenses, a descentralização de decisões e a empatia são outras características cada vez mais necessárias.
As principais características do líder 4.0
Conheça, a seguir, as principais competências desse líder:
Perfil multifuncional
“Se o líder não tiver visão estratégica para o negócio como um todo e para as pessoas, não consegue liderar a transformação atual”, diz Alessandra.
Nesse sentido, é importante ir além de apenas fazer um curso superior na área de atuação, a aprendizagem deve ser contínua, com especializações em temas como gestão de pessoas, finanças e marketing.
Inteligência emocional
A habilidade de reconhecer e entender as próprias emoções e as das outras pessoas é essencial para o líder 4.0, pois ajuda a enfrentar crises, lidar com o inesperado e encarar as transformações.
Para isso, é preciso desenvolver a capacidade de identificar suas forças e fraquezas, procurar feedback e pontos de vista diferentes, e por consequência desenvolver sua inteligência emocional.
Gerenciamento de conflitos
A gestão de conflitos é uma forma de mediar os impasses entre pessoas ou times, diminuindo seu impacto negativo e tornando a situação de conflito algo produtivo.
Segundo Alessandra toda mudança traz desconforto, e o líder precisa estar preparado para lidar com isso para que possíveis resistências, por exemplo, não atrapalhem os resultados e o clima organizacional.
Pensamento inovador
Trata-se de uma forma diferente de olhar para as coisas.
A criatividade amplia a consciência para o que está acontecendo ao redor e capacita para o futuro, para aquilo que ainda não entendemos, o que auxilia na gestão da equipe e dos negócios em tempos de tantas mudanças.
Saber criar relações de confiança
A confiança deve pautar a relação do líder com a equipe. Para isso, o gestor deve aprender a se conectar com os outros de maneira genuína e sem ditar regras, o que exige propósito, comunicação transparente, empatia, compaixão e humildade.
Com isso, fica mais fácil criar e manter ambientes nos quais a confiança é o mais importante.
O líder 4.0 é o gestor que as empresas precisam – e buscam – para lidar com todas as transformações sociais e tecnológicas dos últimos tempos e com o que está por vir.
Ao invés de comandar, ele lidera pela empatia, num estilo de gestão mais colaborativo, com uma comunicação mais ampla e transparente.
E, claro, sempre de olho na estratégia da empresa e seus resultados.
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