Modelo híbrido de trabalho requer planejamento e olhar atento ao estilo de gestão

Categoria
Work Trend

O que é trabalho híbrido?

O trabalho híbrido é umma modalidade na qual os trabalhadores alternam dias de trabalho no escritório e dias de trabalho remoto. Dessa forma, o escritório não precisa receber todos os funcionários ao mesmo tempo, o que proporciona maior flexibilidade e liberdade. Mas também requer atenção.


Trabalho híbrido pós-pandemia: Você e sua empresa já tem planos?

O modelo de trabalho híbrido, tem ganhado força nos últimos meses.

Com o avanço da vacinação contra o coronavírus, muitas empresas começaram a desenhar a volta ao ambiente corporativo, mas com mudanças ao padrão pré-pandemia.

Segundo pesquisa feita pelo Google Cloud, em parceria com a consultoria IDC, 43% dos entrevistados afirmam que o modelo híbrido de trabalho já foi definido pelas empresas nas quais trabalham como padrão após a pandemia.

Nas companhias que ainda não decidiram (33%), 59% dos entrevistados dizem que desejam um modelo que mescle o home office com a ida à sede da empresa.

Entre os mais jovens (18 a 21 anos), o desejo é ainda maior: 76% querem uma rotina flexível.

Mas é importante ter em mente que a implementação desse modelo exige cuidados e nem todas as empresas estão preparadas – ou tem perfil – para isso.

 Em setores como o de tecnologia é mais fácil atuar remotamente, mas nas corporações tradicionais e que exigem mais interação entre funcionários e clientes, como no setor de vendas, estar no escritório faz parte do sucesso da operação, como explica a professora da Universidade São Judas Tadeu e da HSM, Andrea Martins, especialista em RH, captação e desenvolvimento de talentos.

“Empresas comerciais, de serviços e atendimento com o público devem retornar suas atividades integralmente”, diz.

NESTE ARTIGO


O trabalho híbrido é para todas as empresas?

Não existe um modelo pronto que seja ideal e possa ser adotado por todos os negócios. Cada um terá que ver o que funciona melhor.

“Para isso, o RH e os principais líderes da empresa devem criar, junto com os funcionários, o desenho ideal”, afirma Andrea.

Assim, o primeiro passo é ouvir atentamente o colaborador. Isso pode ser feito com pesquisas de clima, conversas entre times e líderes, e pulses.

Mas é crucial que essas pesquisas sejam quantitativas e qualitativas para entender, por exemplo, por que o grupo A prefere o home office e o B o trabalho presencial.

Além disso, algumas perguntas podem ajudar a chegar ao modelo ideal: qual a diversidade de atividades que o negócio possui?

Qual a cultura e estilo de gestão da empresa? Há incentivo para o protagonismo de carreira e para a autonomia?

Quais os impactos da mudança nos rituais de socialização? Há tecnologia suficiente para o suporte do trabalho remoto? Quais as vantagens e desvantagens? Essas respostas podem nortear a companhia sobre qual caminho seguir.

Por exemplo, pode-se chegar a conclusão que os líderes precisam ser treinados para serem mais colaborativos, ou que não há tecnologia suficiente e outros investimentos precisam ser feitos.

“Tudo isso sem perder de vista a saúde mental do time”, reforça Andrea.

Os cuidados ao adotar o trabalho híbrido

Depois de ouvir o time, o recomendado é analisar com cuidado a gestão da empresa, ou seja, como é sua cultura organizacional.

É isso que vai nortear todo o trabalho no dia a dia. É preciso checar, por exemplo, se os valores empresariais incentivam a confiança e a colaboração, e qual o perfil da liderança. 

Se o modelo de gestão estiver baseado em comando e controle, a mudança será mais difícil e exigirá uma readequação de cultura, o que demanda mais tempo e preparo.

Se este for o caso, o RH terá que fornecer as ferramentas e treinamentos necessários para que a mudança aconteça.

Quais planos os líderes inteligentes estão traçando para redefinir o novo mundo do trabalho?

É muito importante ter em mente que os líderes devem ter uma visão ágil, digital, inovadora e humanista, e estar preparado para diálogos de carreira com os funcionários, para que o modelo híbrido dê certo.

Feito isso, é hora de olhar para três pilares importantes. O primeiro é o do indivíduo, que deve ter autonomia para organizar seu espaço de trabalho e equilibrar a vida pessoal e profissional.

O segundo é da liderança, que deve atuar com uma gestão participativa, que valorize os relacionamentos e olhe para os resultados e não para as horas trabalhadas.

Já o terceiro nível se refere à organização, que precisa oferecer suporte de recursos tecnológicos e físicos, treinamentos e um ambiente que traga satisfação e qualidade de vida aos funcionários.

Outro ponto essencial, é revisar todas as políticas de RH. Será necessário revisitar todos os contratos de trabalho e processos de gestão de pessoas – dos benefícios e ações de avaliação de desempenho à questão cultural e de engajamento. 

A visão dos funcionários e das empresas

A pesquisa PwC’s US Remote Work Survey, feita pela PwC com 1.200 funcionários, mostra algumas percepções dos profissionais e das empresas. Veja a seguir:

Visão dos colaboradores

Visão da empresa


O modelo híbrido de trabalho requer planejamento, investimento e olhar atento a questões como engajamento, produtividade e estilo de vida de cada um. Não se trata de algo simples, nem rápido de fazer. Mas se fizer sentido para o time, todo o esforço vai valer a pena e se refletirá em uma cultura forte e em profissionais mais engajados.

E você, precisa de ajuda para escalar equipes eficientes e gerenciar times? Saiba mais sobre nossos programas de desenvolvimento de liderança.


Sobre o autor:

A Woke é uma empresa de executive search e desenvolvimento de carreira,  acreditamos que pensar em carreira não tem hora.

Nascemos em 2016 pelo inconformismo no modo de operar as relações de trabalho. O mundo está em constante evolução, a tecnologia impulsionou mudanças em diversos setores do mercado, e pensar as relações de trabalho não poderia ser diferente.

Espalhe